O impacto das telas na infância e adolescência: quando o excesso desconecta o que mais importa
- laylastassun
- 16 de out.
- 3 min de leitura
Vivemos em um tempo em que a presença das telas parece inevitável. Elas nos informam, entretêm, conectam e até educam. Mas, para crianças e adolescentes, o uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode ter consequências profundas — muitas vezes invisíveis — sobre o corpo, a mente e as relações.
🧠 A neurobiologia da distração
O cérebro em desenvolvimento é altamente plástico: aprende e se molda com base nas experiências vividas. O problema é que as telas oferecem estímulos rápidos, intensos e contínuos — algo muito diferente do ritmo natural do aprendizado e da convivência.
Jogos e redes sociais são desenhados para prender a atenção, liberando dopamina a cada curtida, vitória ou nova notificação. Isso cria um ciclo de recompensa artificial, que pode dificultar a capacidade de concentração, aumentar a ansiedade e reduzir o interesse por atividades mais simples e profundas, como ler, brincar ao ar livre ou conversar com alguém.
Com o tempo, o sistema nervoso se acostuma a altos níveis de estímulo — e a calma começa a parecer tédio.
💬 O empobrecimento das relações
Outro efeito menos visível, mas igualmente grave, é o empobrecimento dos vínculos afetivos. O tempo gasto diante de uma tela é tempo roubado das trocas presenciais, do olhar, do toque, da escuta — elementos essenciais para o amadurecimento emocional.
Pesquisas apontam que crianças que passam muitas horas em frente a telas tendem a apresentar mais dificuldades de linguagem, empatia e regulação emocional. Na adolescência, esse padrão pode evoluir para isolamento, baixa autoestima e sensação de vazio, mesmo estando “conectados”.
Paradoxalmente, quanto mais tempo online, menor a sensação de pertencimento real.
💤 O corpo também adoece
O excesso de telas impacta diretamente o corpo físico:
Sono prejudicado pela luz azul e estímulos noturnos;
Sedentarismo e aumento de peso;
Tensões musculares e posturais;
Fadiga ocular e dores de cabeça.
O corpo infantil precisa de movimento, natureza, textura, ar livre — e não de estímulos digitais ininterruptos. O que é “comodidade” para os adultos pode estar cobrando um preço alto no desenvolvimento das crianças.
🌱 Reaprendendo a presença
Não se trata de demonizar a tecnologia. O desafio é reaprender o equilíbrio. As telas podem ser ferramentas de aprendizado, expressão e até arte, desde que usadas com consciência e limites claros.
Alguns passos simples ajudam muito:
Estabelecer horários livres de telas (como nas refeições ou antes de dormir);
Criar espaços de convivência criativa: pintura, leitura, música, jardinagem, culinária;
Oferecer presença real — crianças não precisam apenas de proibições, mas de adultos disponíveis.
A chave está em substituir o entretenimento passivo por vivências expressivas que alimentem corpo, mente e afeto.
💞 Conclusão
As telas são uma parte do mundo — mas não o mundo inteiro. Quando uma criança troca a descoberta da vida real por imagens rápidas, perde um pedaço da experiência de ser. Quando um adolescente busca pertencimento apenas nas redes, enfraquece o vínculo com quem o cerca.
Cuidar do tempo de tela não é sobre controle, mas sobre preservar o espaço da presença — esse território onde a imaginação floresce, as emoções amadurecem e a vida se faz inteira.
Quer começar uma transformação prática?
Experimente reservar um momento do dia para uma atividade criativa em família: desenhar juntos, ouvir música, cozinhar ou simplesmente conversar.
Esses pequenos gestos são o antídoto mais potente contra o excesso de telas — e o começo de uma nova forma de estar juntos. 🌿
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