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Programa de Redução de Telas 
para Crianças e Adolescentes

Um espaço de cuidado e criação para crianças, adolescentes e seus cuidadores. O programa propõe reduzir os excessos do uso de telas e abrir caminhos para novas formas de presença, vínculo e prazer, por meio da Arteterapia, da Musicoterapia e da Psicoterapia. Mais do que restringir, buscamos regenerar: cultivar imaginação, fortalecer laços e transformar o tempo juntos em experiências vivas e significativas.

Como funciona?

Um programa abrangente projetado para ajudar famílias a reduzir o tempo de tela de crianças e adolescentes através de Arteterapia, Musicoterapia, Psicoterapia e Grupo Terapêutico.

O Programa de Redução de Telas foi criado para enriquecer o repertório de atividades das famílias, favorecendo o autoconhecimento, a descoberta de novas possibilidades e o protagonismo nas escolhas que promovem o bem-estar.

A proposta inclui, em um período de dois meses, um total de 22 horas de atendimentos, distribuídas da seguinte forma:
- 16 horas de atendimento: sessões de arteterapia, musicoterapia e psicoterapia;
- entrevista inicial e devolutiva ao fim do período.
- 6 horas de sessões em grupo: realizadas ao longo do processo.

💠 Investimento:
R$ 2.814 — valor referente ao programa completo de 2 meses, incluindo atendimentos presenciais, materiais artísticos, acompanhamento individual e grupo terapêutico.

💳 Pode ser pago em 2 parcelas de R$ 1.407
ou com 5% de desconto à vista via Pix: R$ 2.673.

👉 Solicite detalhes e condições especiais de pagamento clicando aqui.

É importante destacar que:
- Entrevista inicial, sessões de psicoterapia e devolutiva acontecem online.
- Atividades de arteterapia, musicoterapia e grupos são presenciais no bairro Bosque da Saúde, São Paulo.

A estrutura do programa foi pensada como uma imersão que favorece mudanças no uso das telas. Ao longo de cada semana, acontecem duas sessões individuais e um encontro em grupo. Sabemos que conciliar a rotina familiar com novos compromissos pode ser desafiador, mas incentivamos fortemente a participação nos encontros em grupo, pois eles ampliam as trocas e aprendizados.

Os encontros em grupo têm duração de 1 hora e são realizados semanalmente. As turmas são organizadas por faixa etária, com um horário exclusivo para crianças e outro para adolescentes (a partir de 12 anos). A condução das atividades é feita pelas profissionais do programa, que se revezam em um sistema de rodízio, garantindo diferentes olhares e abordagens ao longo do processo.

Nós ajudamos você a encontrar o cuidado que realmente faz sentido.
Agende sua triagem e conheça o plano terapêutico mais alinhado às suas necessidades e às da sua família.

Nossa proposta:

 

Apresentar, ensinar, acompanhar e estimular novas possibilidades para o grupo familiar que enfrenta desafios frente ao uso de telas. E para isso, partimos das seguintes ideias:

 

  • Crítica estrutural – como o sistema econômico-social e a lógica das grandes corporações criam um ambiente que favorece a dependência de telas. Não é culpa da família.

 

  • Orientação prática – maneiras de transformar o uso de telas em algo mais saudável e positivo. Não existe tempo seguro para o uso de telas, mas sim um bom uso. Boas práticas e recursos disponíveis.

 

  • Visão regenerativa – a importância do brincar, da imaginação e do cultivo de experiências fora da tela como base para uma infância e adolescência plena. Sempre é tempo de cultivar presença e afeto.

Crianças colorindo | Diversão fora das telas

Bases Teóricas

 

  • O contexto em que vivemos

 

  • Quando a tela é ruim e quando pode ser positiva

 

  • Estratégias para um uso saudável

 

  • O brincar, a imaginação e a presença regenerativa

 

  • Conclusão: Esperançar é movimento

O contexto em que vivemos

A CNN noticiou em 2023 que ex-funcionários de big tech revelaram estratégias deliberadas para tornar aplicativos e jogos irresistíveis — especialmente para crianças. Isso não é novo para a ciência: cada notificação que recebemos aciona no cérebro o mesmo mecanismo que uma vitória no cassino. A novidade é admitir publicamente que isso é proposital.

 

O pano de fundo é maior: o sistema econômico foi construído para explorar o nosso tempo e energia. Ele nos mantém ocupados, exaustos, longe de casa, distantes dos filhos. Ao reduzir a vida social das crianças e limitar seus espaços de convivência e brincadeira, o resultado é óbvio: elas se tornam consumidoras de conteúdo. Mídia, desenhos, jogos passam a ocupar o lugar que antes era da interação humana. Também vale questionar o quanto esse sistema engole os adultos e o quão dependentes estamos.

 

Não se trata de culpa individual. Você não escolheu morar longe da natureza, nem viver sem tempo para acompanhar cada momento do seu filho. São questões estruturais, e agora você tenta lidar com elas. Nesse cenário, a tela surge muitas vezes como um bote salva-vidas: um segundo ou terceiro cuidador. O problema é que ela também é um engenho de estímulos constantes, treinando o cérebro para desejar novidade, prêmio, próxima conquista — seja um diamante virtual, seja o próximo vídeo curto.

 

Anna Lembke, autora do livro Nação Dopamina, explica: deslizar a tela e encontrar um vídeo engraçado, curioso ou surpreendente ativa a mesma sensação de prazer que comer chocolate, ter um orgasmo ou usar cocaína. O cérebro quer mais. Logo depois, vem o tédio. Esse ciclo de prazer e vazio é o que torna a tela potencialmente viciante.

 

Quando a tela é ruim e quando pode ser positiva

 

Nem todo uso é prejudicial. A tela é negativa quando isola a criança e quando o consumo é solitário, sem preparação prévia, sem acompanhamento durante e sem conversa depois. É prejudicial quando o conteúdo é desenhado para estimular compulsão: vídeos curtos, jogos recheados de moedas, diamantes e recompensas rápidas.

 

Por outro lado, quando o uso é planejado, mediado e integrado a outras experiências, a tela pode ser uma aliada no aprendizado e no desenvolvimento. O importante é reconhecer que o problema não é a tela em si, mas como e quando ela é usada. Telas são uma realidade do nosso contexto, apenas restringir não funciona.

 

Estratégias para um uso saudável

 

1) Preparar a tela

Escolher o conteúdo, conhecer o jogo ou o vídeo antes, definir tempo de uso. Essa curadoria prévia protege a criança e aumenta as chances de que a tela seja uma ferramenta de aprendizado. Conversar com os filhos é necessário, mas insuficiente: é preciso agir no nível da oferta.

 

2) Usar a tela como ferramenta, não como muleta

Transformar o uso passivo em criação: desenhar, programar, fotografar, fazer stop motion, editar vídeos, criar histórias. Se o adulto participa desse processo criativo, a tela deixa de ser um fim e se torna um meio.

 

3) Inserir previsibilidade

A tela não pode ser prêmio nem moeda de troca. Usá-la como recompensa aumenta seu valor simbólico e reforça a compulsão. O uso rotineiro, em horários combinados, com pausas programadas, reduz o apelo viciante.

 

4) A saída da tela

Nunca sair da tela para o nada. O medo do tédio agrava a baixa de dopamina sentida após sair das telas. A transição deve ser para algo interessante: um jogo offline, uma receita, cuidar das plantas, brincar com Lego, encenar algo que foi visto na própria tela, etc. E nunca encerrar o uso direto para a hora de dormir, pois a estimulação atrapalha profundamente o descanso e é o ápice do tédio, a criança ou adolescente pode se sentir extremamente irritadiça e ter muita resistência.

 

O brincar, a imaginação e a presença regenerativa

 

A tela é parte da realidade contemporânea, mas não pode ser a única fonte de prazer e estímulo. O imaginário infantil não deve servir ao sistema produtivo, ele é vital para formar adultos criativos, empáticos e colaborativos.

 

Carolina Sanches e Janaina Tokitaka lembram: a infância saudável é em movimento, cultivando novas referências, diferentes estéticas, narrativas diversas. O letramento de futuros — reconhecido pela UNESCO — é a habilidade de lidar com o imprevisível e a incerteza como recursos. Isso exige práticas colaborativas, sair do vertical para o horizontal, construir coletivamente.

 

O documentário Tarja Branca reforça: brincar é viver. É a linguagem da espontaneidade, da liberdade e da unidade. É treino para a vida, exercício de originalidade, desejo e realização. Brincar rompe o tempo e o espaço, conecta corpo e psique, resgata a sensação de inteireza. E é justamente essa inteireza que um ser humano busca durante toda a vida.

 

A presença regenerativa seria a capacidade dos adultos de um grupo familiar de se envolverem com suas crianças e adolescentes frequentemente para viver tempo de qualidade juntos, em que todos interagem com presença e afeto, assim os vínculos são fortalecidos e o ambiente psíquico da criança e do adolescente é de segurança e saúde.

 

Conclusão — Esperançar é movimento

 

O desafio das telas na infância não se resolve com cortes radicais ou proibições absolutas. O caminho está em transformar a relação: da passividade para a criação, do isolamento para a mediação, da compulsão para a previsibilidade. E, acima de tudo, oferecer à criança um mundo real rico em experiências, onde brincar, imaginar e se conectar com os outros seja tão — ou mais — prazeroso quanto qualquer tela.

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